
Segundo o secretário estadual da Agricultura, agrônomo Marenilson Batista, até a semana passada cerca de 800 mil doses da vacina haviam sido vendidas na Paraíba. Mesmo assim, o estado corre o risco de não alcançar a meta imposta pelo MAPA que é a de vacinar 90% do rebanho, hoje estimado em cerca de 1,2 milhão de cabeças.
“Espero, sinceramente, senhor governador, não ter que voltar à Paraíba para fechar suas fronteiras”, disse Mendes Ribeiro a Ricardo Coutinho durante a reunião que mantiveram no final da tarde daquele dia no Palácio da Redenção.
“Pude perceber a sociedade rural muito motivada no Rio Grande do Norte para garantir o status de zona livre da aftosa e espero que essa motivação contamine positivamente vocês aqui na Paraíba também. Os vizinhos precisam progredir juntos”, disse Mendes Ribeiro.
“Eu sou ministro dos pequenos, médios e grandes produtores”, ressaltou o ministro, em discurso proferido para uma seleta platéia na propriedade do Laticínio Ideal, no Conde, zona metropolitana de João Pessoa, às margens da BR 101 sul, onde realizou vacinação simbólica de uma vaca leiteira contra aftosa.
No final de julho o MAPA deve divulgar o resultado da auditoria que fará na Paraíba para verificar se o estado alcançou a meta de vacinação. A campanha contra febre aftosa ocorre em duas etapas. No segundo semestre os criadores terão nova chance para proteger o rebanho.
Em Sergipe, o Ministério Público intimou os pecuaristas que se recusavam a vacinar o rebanho bovino contra aftosa, fazendo aumentar a adesão à campanha de vacinação. Segundo o superintendente federal da Agricultura na Paraíba (SFA-PB), Antonio Hybernon, existe uma resistência dos pequenos pecuaristas em comprar a vacina. “Muitos ficam apelando para um deputado, um prefeito e quando não conseguem dessa forma simplesmente deixam de vacinar o rebanho”, comenta.
MEIO AMBIENTE – Sobre o novo Código Florestal, o ministro considerou que houve avanços. “Não é a legislação nem dos ambientalistas, nem dos ruralistas, mas a legislação possível na atual conjuntura”, ponderou Mendes Ribeiro. Sobre a seca, ele disse que o governo federal está empenhado em ações preventivas. “Não vai faltar dinheiro, nem mão de obra”, garantiu.
O governador Ricardo Coutinho também se pronunciou na ocasião. Ele disse ao ministro que pegou o Estado desorganizado também na área da agropecuária, mas que o Estado está empenhado em controlar a aftosa e também as pragas que ameaçam a produção de tangerina e de coco na Paraíba. Coutinho disse que pretende atrair agroindústrias “âncoras” que atuem no beneficiamento da água de coco, na região de São Gonçalo. O governador destacou ainda as obras de transposição das águas de Acauã até a barragem de Araçagi, que irrigará cerca de 16 mil hectares.
O governador falou ainda do Programa do Leite, mas evitou tocar nas providências que está tomando em relação ao escândalo envolvendo empresas de laticínio na adulteração do produto destinado ao Programa que recebe financiamento federal e estadual.
Ricardo Coutinho lembrou que há na Paraíba cerca de quatro mil pequenos produtores envolvidos com o Programa do Leite. “A Paraíba é o segundo estado em volume nesse programa, atrás apenas de Minas, mas se considerarmos a proporção entre os dois estados, dá para perceber a importância desse Programa para nós”, disse.
O governador paraibano cobrou ainda do ministro aumento da participação da Paraíba na cota de exportação americana do açúcar, verbalizando, nitidamente, um apelo do setor canavieiro local. “Atualmente nossa cota de exportação para aquele mercado está abaixo do volume que produzimos anualmente”, ressaltou Coutinho.
Do blog Direto do Snhauá


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