Raízes de café passam de dois metros de profundidade.
Globo Rural dá dicas de fisiologia de solo e de planta.
Globo Rural dá dicas de fisiologia de solo e de planta.
Vegetação seca, paisagem pendendo para o cinza, o pico da estiagem. Os cafezais vizinhos sentindo bastante, com a folhagem meio sem vida, amarelada. No entanto, os talhões
conduzidos se apresentavam saudáveis. Um verde intenso. Tanto o café como o capim entre leiras. Parece até que é lavoura irrigada e na verdade, não deixa de ser.
conduzidos se apresentavam saudáveis. Um verde intenso. Tanto o café como o capim entre leiras. Parece até que é lavoura irrigada e na verdade, não deixa de ser.
As plantas estão se autoirrigando buscando água no subsolo de uma região para a qual, antes, ninguém dava nada.
Para descrever como as terras seriam pobres, impróprias para a agricultura, antigamente se dizia que no cerrado, até saúva passava fome. Uma das pessoas que contribuíram para desmistificar a ideia foi o agrônomo José Perez Romero, cafeicultor, pesquisador e consultor no sistema das mulas.
Pelas explicações do professor Romero, o gesso age como um escultor. Ao penetrar
na terra dura, empedrada, ele vai abrindo orifícios e reconfigura as camadas do subsolo.
na terra dura, empedrada, ele vai abrindo orifícios e reconfigura as camadas do subsolo.
O solo poroso passa a funcionar como uma esponja. A chuva que cai fica retida pelo capim e vai penetrando devagar encontrando abrigo para se acomodar. O terreno vira uma espécie de caixa d´água.
Segurar água na região é vital porque, embora o registro seja de uma ocorrência de chuva de 1500 milímetros por ano, no período seco, que vai de maio a outubro, não chove 50 milímetros. Fato que se agrava por causa de um outro fenômeno chamado de ‘evapotranspiração’, o vaporzinho que está constantemente saindo do solo e das plantas.
Como repor essa perda, considerando que 80% de um pé de café é composto basicamente por água? No subsolo do cafezal, o que se observa é uma cabeleira robusta. Em cada palmo, milhares de raízes e radicelas, ao contrário do que muitos agrônomos imaginavam, que o gesso levaria para baixo todos os nutrientes que ficam na parte alta do solo.
Na fazenda de um vizinho, a título de comparação, uma outra trincheira foi aberta em lavoura plantada e tocada no modo convencional.
O espaçamento é maior e não tem capim entre as leiras. Se chove, forma enxurrada, a água via embora. Exposto assim, além de a evaporação ser muito maior, o calor degrada
o sistema radicular. Pesquisas mostram que quando o solo atinge temperaturas superiores a 32ºC, as raízes mais perto da superfície morrem.
o sistema radicular. Pesquisas mostram que quando o solo atinge temperaturas superiores a 32ºC, as raízes mais perto da superfície morrem.
O aspecto ruim da folhagem reflete a condição do raizame. Não passa dos 40 centímetros, contra os mais de dois metros que observa-se na trincheira sadia. Sem alcançar a parte úmida do subsolo, a raíz não tem de onde beber, de se alimentar.
E não é só de água, nutrientes, poros e oxigênio que o subsolo profundo se enriquece. Há também grande acúmulo de matéria orgânica. Do mesmo jeito que acontece com as folhas e os galhos, a todo momento também tem raiz nascendo e morrendo. A decomposição fertiliza.
De fato, tanto Alessandro como o sócio Marco Antonio Menezes não têm do que se queixar. E não é por causa do preço nas alturas, não. É a produtividade. A média das três últimas safras, considerando a bianualidade e também somando lavoura nova com velha, é de 43 sacas por hectare, enquanto a média no sistema convencional é de 25 sacas por hectare. Na verdade, o que se consegue é quase o mesmo que o café irrigado só que com custo menor e lucro maior.
Do Globo Rural
Do Globo Rural
Diferença entre raízes
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